25 de out. de 2025

Quando Grande Sertão

 vira uma forma de apaziguar o coração.

Se pudesse, lançaria a todos os ventos que me fizessem esquecer de mim, só por um momento. 
Só por hora, por que as vezes nem Guimarães Rosa salva.

24 de out. de 2025

perguntas que quero (mas não espero resposta)

 - E pra qual time você torce?

- Você tem irmãos e irmãs?

- Você acredita em Deus, Deusas ou na ciência (ou ambos)?

- Você já plantou uma árvore?

- Você gosta de tomar banho de mar?

- Você já matou alguém?

- Você já cometeu alguma loucura que se orgulha?

- Qual o bairro que você mora?

- Você já se apaixonou?

- Você gosta de comemorar aniversário?

- Você já tomou um ácido?

- O que foi mais legal de fazer em Israel?

- Por que você quer me ensinar krav maga? 

- Sabia que você tem a voz mais sexy do mundo?

(e por ai vai...)

22 de out. de 2025

(um parênteses)

óbviu que ele não teria instagram... 

óbviu


E isso explica muita coisa...

Blog, te apresento Mrs. Galahad 

21 de out. de 2025

Quantos infinitos a gente desconhece?

E quantos infinitos cabem dentro da gente? 

Gosto de pensar sobre o exercício da plasticidade cerebral, veja, todas as informações do mundo que conhecemos e desconhecemos estão disponíveis em nossa magnífica tela digital, e por que mesmo assim continuamos ignorantes? 


Talvez porque somos humanos? 
Talvez porque nossas limitações são crenças que absorvemos. 
Talvez porque estamos tão desconectados de nós mesmos que não percebemos isso. 
Talvez porque não acreditamos em Deus.


19 de out. de 2025

 Domingos sabia das coisas, aquelas que são simples, mas pelo simples fato de serem simples carregam uma profundidade infinita. Me inspira e eu gosto. Gosto de gente assim como ele, que sabe escrever sobre um assunto simples, gente que sabe abrir caminhos luminosos em meio a tanta baboseira que se escuta por ai hoje em dia. Domingos, casa comigo também?



Essa é uma cena do filme "os 8 magnificos" o seu último filme. Um doc só com gente inteligente, creio eu.

Essa mania de ser burro

"Humildade é sinônimo de Inteligência. O homem sábio sabe que não sabe. Ao passo que o burro é arrogante"

Texto de Domingos Oliveira, retirado do Jornal o Globo, publicado em 29 de abril de 2015.

Essa mania de ser burro

Não há quem não goste de imaginar impérios em guerra ou estórias de fadas. A inteligência é a imaginação, única possibilidade humana realmente livre. Talvez a imaginação seja a própria inteligência, a vocação humana. Seu exercício é saudável, alegre, leva à felicidade, ao jogo e ao sexo. 

Os artistas sabem disso e afirmam em seu exagero congênito que os homens somente serão felizes quando forem todos artistas. Enquanto isso, as pessoas se preparam a vida inteira para fazer o que não gostam e ensinar os filhos a fazerem o mesmo, em troca do níquel de cada dia. Inteligente ou burro? Talvez a única atitude inteligente seja viver. Para ficar mais inteligente ainda. Na certeza de que assim cairão moedas de ouro dos céus.

Somente existe uma fome: aquela do sentido de viver. O resto é burrice. Se me permitem a palavra.
Há quem prefira terceirizar o ato de imaginar. Esqueçam aquele muro francês no qual Marcuse pichou “Seja razoável: peça o impossível”. Aqui, nessas paradas tropicais, é cada vez mais proibido pensar. Especialmente perto do poder. O político brasileiro que tem uma boa ideia original, gasta imediatamente 75% da verba criando uma comissão ou um novo órgão de sete andares com impossível folha de pagamento. Para que assim o crime da opinião pessoal passe a ser dividido por um coletivo. Claro que o Juca ministro tem que ter opiniões próprias sobre a Lei Rouanet, aquele dinheirão do povo. Afinal, ele é ministro para isso, para pensar. Para fazer planos, ter convicções suas. A inação é espinha dorsal de quase todo serviço público. Se me permitem a palavra.

Geraldo Mateus nos tempos idos reuniu todos os empregados do Teatro Municipal para uma conversa sincera sobre os problemas da instituição, no dia em que tomou posse na diretoria. Um senhor encanecido no fundo da multidão todavia lhe fazia sinais constantes que prometiam dizer lá fora a verdade inconfessável. Geraldo sentou-se com ele no Amarelinho e ouviu a sentença da experiência: “Doutor, o Teatro Municipal não tem problema, doutor. Quando não tem espetáculo, não tem problema. Os problemas são os espetáculos”. Ah, essa mania de ser burro! A burocracia, não é à toa que a palavra soa parecido, é uma máquina engenhosa armada há séculos para não fazer nada. Ou o mínimo possível.

Os advogados, os médicos, os engenheiros, os profissionais liberais de modo geral trabalham seguindo procedimentos e normas. Quem chegou perto sabe, não são muito inteligentes, se me permitem a palavra. Em todo agrupamento, de escoteiros até qualquer senado, a maioria é burra. Exceção feita aos leitores deste artigo, todos inteligentes.

Quando eu era menino, achava que todas as pessoas eram inteligentes. Burrice minha. Mas nunca transformei isso em julgamento moral. Os inteligentes não merecem mais que os burros. A propósito, todo homem inteligente tem por obrigação primeira perceber o esplendor do outro. Todo homem é esplêndido, burro ou inteligente, todo ele reflete o Universo.

Observa-se que entre os homens cultos é muitas vezes encontrado um índice de burrice estonteante. Em contrapartida verifica-se que a Ignorância e a Simplicidade sempre constituíram campo fértil para o aparecimento das grandes almas. Alma é sinônimo de Inteligência.

Difícil conceituar a Inteligência, porém fácil reconhecer-lhe atributos. O primeiro deles é, sem dúvida, a humildade. Humildade é sinônimo de Inteligência. O homem sábio sabe que não sabe. Ao passo que o burro é arrogante. Essa é a parte mais triste de toda a história, verdade capaz de fazer rolar até lágrimas de burro: o burro não ama. 

Sente que lhe falta algo que o inteligente possui. Mozart disse que para ser um gênio não basta talento. É preciso também um grande Amor. O burro não ama! Amor é também sinônimo de Inteligência.

Os Inteligentes, além de terem entre si grande carinho e admiração, plagiam-se constantemente, sem o menor pudor. Não tentam ser originais. Sabem que são um só acidente da Natureza. Ou terá sido seu recurso de emergência? Do qual a Natureza lançou mão para cuidar da sobrevivência da espécie, antes que os burros a destruam?

Quase tudo que é importante na sociedade atual não é apenas importante, mas também burro. Trata-se do Império da Burrice, como outrora foi o Império Romano.
Antes de publicar esse pensamento pesquisei no Google. Guguei burramente e descobri que todo cronista, de Rui Barbosa a Nelson Rodrigues, passando por Sarney e Jabor, um dia escreveram crônicas sobre a Burrice. Arrependi-me do lugar-comum. Mas o assunto continua sendo oportuno. “Respeito a burrice, porque ela é eterna” (N.R.).

17 de out. de 2025

a tua presença


Entre a tua presença e a minha existência, 
escolho as minhas filhas e a mim. 
Eu sei que não é exatamente da gente que tua falta encontra o sofrimento, 
mas sim do que a gente te vestia, dos nossos papéis na tua fantasia.
Entre ter a presença de você personagem e a sua ausência revelada no tempo da verdade, 
escolho a liberdade.

Já dizia Ele:
"a verdade vos libertará" 
Se a ausência é o preço que pago pela nossa liberdade, 
será assim sacramentado. 

O que resta são minhas falas contidas e engasgadas para não mais alimentar-te do meu amor,
que se fosse antes no tempo de tua presença, seria um lindo compartilhar sobre esse video de Caetano.
Ele ressoou em mim, como um gatilho entre tantos outros que desvio todos os dias.

Se fosse me perguntar do que mais sinto falta da tua presença, 
são das músicas cantadas e escolhidas, 
que você fingia ser pra mim.

Quero acreditar que (se pudesse ter uma verdade nisso tudo), 
seriam todas as canções as nossas testemunhas eternas, 
e que elas seguissem seu legado na história contando para os recém chegados 
que um dia também foram de um casal de amantes
 apaixonados.




Dizem que para processar o luto, devemos viver cada etapa dele com presença, com integridade e intensidade que nele contém. Chorar cada choro que vier, sorrir em cada lembrança bonita e principalmente sentir a saudade. Sabia que a palavra saudade só existe na lingua portuguesa? Nenhuma outra expressa o seu significado, por que não é somente a falta, é o TODO de um amor interrompido, é um tempo que não existe, mas que se você fechar os olhos pode sentir a presença dele, tão real e vivo, que então você estará em paz. 




Essa será minha última playlist para você, uma lista de sonoridades que é a minha forma de linguagem, com ela coloquei meu pesar, meu silenciar, minhas lágrimas, meu adeus, meus sorrisos sinceros, meus sonhos interrompidos, sua ausência, meu desapego, minhas lembranças que serão eternas. Foi uma história bela, intensa e cheia de aventuras, foi a melhor história que podíamos escrever juntos, cada um com a sua verdade, e quer saber? Eu fui muito feliz em cada momento, por que eu estava inteira, estava sendo fiel a mim mesma, E isso me faz seguir cada vez mais forte e confiante em mim. O meu paraíso estava completo, eu vivi o que eu queria e só posso agradecer por isso. Foi lindo, foi solar, foi doce e borbulhante. Foi exatamente o que imaginei. Agora sigo em paz com o meu coração e minhas convicções, mais madura, mais inteira e ainda mais certa de quem eu sou. Obrigada por fazer parte desse pedaço da minha jornada, com você pude trazer ao mundo 2 seres divinos, e isso tem muito valor. Quero que você siga em paz também e feliz. Até a próxima esquina, mb.

 


14 de out. de 2025

 





Um desacato

eu que te salvei por amor

te amei por amor

me matei por amor

desisti de viver por amor

agora sobrevivo por agonia e dor


eu que limpei tua casa por amor

limpei tuas feridas por amor

te dei duas filhas por amor

aprendi que na nossa vida não há amor


eu te daria o universo se existisse 

o que eu mais queria

amor


a troca era justa

você fingia e eu obedecia


minhas cicatrizes gritam

meus seios antes fartos

agora silenciam

meu ventre antes cheio

agora está vazio


eu ordenei as estrelas por amor

colori todas as casas 

por amor 

plantei flores no teu jardim

por amor

e agora eu sou só 

amargor


te tinha encontrado

depois de muito idealizado

eras meu número

me denominador em comum

meu duplo seis encantado


até eu acordar do sonho projetado

e me ver sozinha nesse escárnio


me enxerguei no tabuleiro 

e reparei que nem ao menos 

estava jogando

eu era apenas o tabuleiro sustentando 

ao me ver em tão pequeno e limitado espaço

entendi que ao amar por dois 

eu traí a mim mesma

um desacato!

10 de out. de 2025

A origem do mundo está em nós


A mulher é o bicho mais selvagem que eu conheço.  Com ela se criou o mundo todo, o mundo visível e o invisível. Somos dotadas de grande paixão, daquela que vem da alma, que vem de outro lugar que não é esse aqui. Sabemos nossos limites, sabemos quando algo não está certo, sabemos para que lado devemos ir. Apenas quando somos domesticadas e silenciadas, ficamos desprovidas de energia para agir. Mas mesmo nesse lugar de aniquilamento e proibições, somos fugazes, renascemos dos nossos ossos, somos eternas como as raizes das árvores. Nunca se esqueça disso. Os dias podem ser repletos de dor, mas somos fortes o suficiente para seguir, abrir espaço na mata e renascer plenamente de nós mesmas. 


em algum lugar do futuro

Jessica, nunca esqueça de cuidar do seu jardim.

    




O dia em que colocaram a mim, e minhas filhas, dentro de uma caixa.

Ana Clara e Catarina, essa é uma carta para vocês

Eu percorri um longo caminho até chegar aqui, e se fiz esse desabafo cunhado de argumentos embasados por uma narrativa o mais linear, racional e coerente POSSÍVEL, é porque, não tinha outra saída se não registrar aqui o que aconteceu com a gente. Pelas leituras anteriores desse blog, vocês certamente irão notar que a vida da mãe de vocês foi cheia de aventuras e experiências singulares. Talvez as informações aqui não sejam tão fáceis de decifrar, uma vez que nunca fui o tipo de pessoa que faz diários de bordo narrados. E Nem tudo foi registrado, grande parte está perdida entre cadernos, livros, máquinas fotográficas antigas, celulares ultrapassados, e até negativos de fotos que nunca revelei. Mas, pelo menos aqui, vocês podem ter uma noção organizada de um espaço/tempo da minha jornada, com passagem por eventos, lugares, cidades, paisagens, pessoas, amores, bichinhos, natureza, muita natureza. E Essa era eu antes de conhecer o pai de vocês, o Bruno, como a gente chama ele.

Se observarem bem, podem comprovar que dele não se é muito falado, a não ser sobre desabafos engasgados, dúvidas cruéis sobre se entregar ou não, algumas incoerências e desrespeito. Sim, desrespeito, desamor, desocupação, desprezo da parte dele.
Minhas filhas, infelizmente essa mulher aqui não teve inteligência emocional a ponto de se proteger e decidir o que seria melhor para si. Foi inocente e ingênua, se entregou sem pensar, sem medir, apenas confiando no universo. Aliás, eu sou daquelas que quando vê o caminho, se joga, não mede muito as consequências, contando com a sorte e muitas vezes fica tudo bem, mas dessa vez não foi o que aconteceu. Eu estava convicta de que, a partir de um certo período da minha vida, já perto dos 40 anos, eu teria maturidade suficiente para lidar com qualquer situação mais pesada, digamos mais difícil, até porque já havia passado por um aborto aos 27 anos, um relacionamento conturbado e frustado que culminou no nascimento de uma criança de outra mulher, já havido sido amante, e também a namorada traída, fui julgada, virava alvo de fofocas e obsessão por muitos, já havia presenciado a morte de perto, passei pela morte do meu avô (aliás essa é uma história bonita de contar: eu fui a última pessoa a beija-lo e dizer: eu te amo, antes dele falecer). Assumir dois relacionamentos com mulheres por 9 anos, briguei com todos para ser ouvida e respeitada, trabalhei muito, sustentei seus avós por algum tempo, cuidei de mim, cuidei do Chai por 14 anos e muito mais quando ele perdeu os movimentos das patas traseiras, 9 meses antes de falecer, constituí sociedade antes de me formar, mudei de estado 3 vezes, mudei de casa mais de 20 vezes. Conheci e trabalhei com muita gente talentosa, muitos "famosos", modelos, atores, fotógrafos, donos de grandes indústrias e empresas, passei mais de 10 anos só andando de bicicleta, acampei em praias desertas, tomei ácido a primeira vez em um lugar que vocês iriam amar chamado Vale da Utopia. Ia em festas e nas aulas da faculdade fumada de maconha, aliás, era o meu hobby favorito com o seu avô. Já havia morado em Londres sozinha, já havia saído de férias para Fernando de Noronha sozinha, já havia feito muito besteira, o suficiente para achar que estava "curada" de todo o "mal" emocional que pudesse surgir ou me arremeter. 
Eis então, que conheço o Bruno. Despretensiosamente, tinha algo com ele que eu sentia como se fosse de outras vidas, era o destino agindo mesmo, sabe? Algo além do plano da terra. E foi isso mesmo, era isso sim, mas vejam meus amores, esse era o meu desejo, o meu olhar, a minha criação de relação e fantasia, mas não era a dele. Tínhamos muito em comum, muito mesmo. Era até engraçado e surreal as nossas conexões. Para isso basta vocês verem as fotos que temos juntos, se ainda houverem até quando vocês chegarem a ler essa carta. De qualquer forma, só o fato de vocês estarem no mundo, já comprova que o que existiu, pelo menos da minha parte, foi inteiro, foi intenso, foi amor, da melhor forma que a palavra amor possa existir. Porém hoje eu sei que ele sofre de algo chamado TPN (transtorno da personalidade narcisista), é considerada uma doença bem grave, em que a pessoa dissocia seu eu interior, criando um falso self, no qual deposita toda uma fantasia, um personagem, que interage, vive, finge amar e ser uma pessoa "normal" porém o que existe dentro dele, de fato, é um vazio tão grande que nem mesmo ele consegue mensurar. Dizem os especialistas que tais pessoas são incapazes de amar verdadeiramente. São pessoas com ego inflado, arrogantes, superestimadas, que só se interessam pelo poder e controle manipulando suas vítimas (parceiros íntimos), que nesse caso, fui eu, e por consequência, vocês também.
Filhas, eu demorei cinco anos para despertar, para conseguir me libertar e entender o que estava acontecendo comigo, para enxergar que havia vivido de fato um relacionamento abusivo. E quando isso aconteceu, meu chão se abriu, ruiu, eu cai, desmoronei, entrei em choque, e eu fui tão fundo, mas tão fundo, que penso talvez jamais voltar a ver a luz do sol novamente. Aqui nesse lugar é justamente onde eu me encontro agora, ao escrever essa carta. 
Vale acrescentar nessa história, ainda, que enquanto estávamos juntos, os avós paternos de vocês faleceram, quase no mesmo dia, velamos eles juntos, foi a tragédia mais surreal que eu já havia presenciado. Você Ana Clara, havia completado exatamente 2 meses, apenas. Foi muito triste e chocante para nossa recente formada família. Então logo no ano seguinte veio a Catarina, mais um raio de luz de presente para nós. Lembro que nesses anos cuidando de você pequena e grávida da mana, eu sofri bastante, o Bruno por vezes se demonstrava ausente, indiferente, chegava tarde do trabalho e quando eu estava na casa da praia ele aproveitava para se divertir com suas GPS e amigos. Enquanto eu seguia meu destino de gestar e maternar vocês. De qualquer forma, minhas filhas, ele sempre foi um ótimo pai, no melhor sentido, aquele que ajudava no banho, cuidava, trocava fralda, etc. Dentro da nossa sociedade, o homem que fizesse esses simples deveres era considerado herói. 

Tenho certeza que um dia, quando encontrarem esse blog, será de grande valia para as duas. Essa é uma história interessante e precisa ser escrita, ser exposta e lida, principalmente por vocês, em um futuro próximo e vocês saberão o por quê. 
Ah, meus amores, também preciso dizer que por mais que a gente viva, experimente situações e pessoas diferentes, nunca estaremos imunes de encontrar pessoas que fazem muito mal para nós. Essas pessoas podem ser uma amiga(o), uma colega(o), um estranho na fila do mercado, em qualquer lugar. E pode ser também aquele pelo qual nos apaixonamos e nos entregamos por inteiro algum dia.
O narcisista patológico não vê as pessoas como seres dotados de subjetividade e identidade, ele nos vê como objetos, um brinquedo, mais um bibelô que pode colocar e retirar de uma caixa. Eu fui por algum tempo o seu suprimento primário, ou seja, ao ser adulada e aliciada por ele nessa relação, me mantive leal, integralmente, fornecendo todo amor, todo respeito e compaixão que consegui dar, até ele sugar tudo, toda minha energia. Foi assim que despertei, e então estudei muito para concluir essa triste verdade. 



No momento em que percebi que tudo que havia criado e idealizado ao lado dele era apenas um eco da minha própria voz invertida dentro do espelho onde está, entrei em agonia e sofrimento profundos. Especialistas falam que a vítima, no caso eu sofro atualmente de stress pós-traumático. A dor que sinto ao escrever essas palavras me corroe por dentro. E não adianta falar para ele, não adianta discutir. Ele como um ser disfuncional e doente, não escuta, não ouve, ele apenas ouve o que quer, ele recria dentro da fantasia onde vive o discurso que ele quer, pois em sua grandiosidade maligna jamais estará errado. Vejam, ele não sabe o que é ter emoções positivas e saudáveis, sente apenas raiva e inveja das pessoas, justamente por elas terem sua identidade, seu self definidos.
Portanto meus amores, devo concordar com ele, ficamos presas dentro de sua caixa por longos 5 anos, mantidas cárceres de abusos psicológicos e manipulações. Mas com a graça divina que me foi concedida, tive a coragem e a força de vontade para me impor, sair e retirar vocês de dentro desse lugar para que juntas e longe dele, dessa violência, permanecemos sãs e salvas.
Vejam que: ser colocada “numa caixa” é simbologicamente o mesmo que ser reduzida a um objeto, a um volume sem voz, sem desejo, sem presença ativa. isso é um padrão destrutivo e altamente perigoso, principalmente para os afetados diretos (Jessica e as crianças). Reduzida a um objeto, a um volume sem voz, sem desejo, sem presença ativa.





Jamais deixem qualquer homem ou mulher mandarem em vocês, manipularem vocês, se exaltarem sobre vocês. Aprendam a ler os sinais, as entrelinhas, aquilo que não foi dito. Pensem que quando alguém fala algo conosco, essa pessoa está com alguma intenção, sempre existe isso, procurem sempre encontrar a intenção dessa pessoa, muito mais do que o conteúdo do assunto que ela está a falar.
Um infinito amor dessa mãe que tentou ao máximo dar o seu melhor. Tudo vai ficar bem!

20 de jul. de 2025

26 de mai. de 2025

Um registro para ficar na minha memória, sempre que precisar lembrar do que passei


E também para eu sempre ouvir quando bater a saudade dele, embasada na minha projeção de quem ele era, e não de quem ele É. Hoje só agradeço ao universo por ter me presenteado com a VERDADE. Algo tão simples e tão necessário para que duas pessoas adultas e com filhos possam seguir juntos em um caminho de amor leal. Uma pena, um desperdício, um apelo para quem vive não se deixar levar por homens que traem suas mulheres com prostitutas, normalizando que isso não é traição. Faço isso para também, não esquecer, de ensinar minhas filhas a não acreditarem em homens, pelo menos nos homens que mentem. No fundo, eu sempre soube, nunca confiei 100% mas nunca havia achado motivos reais, até esse dia. Fica aqui meu grito abafado, meu sentimento de tristeza profunda, meu caminhar solitário e vazio que ele antes ele preenchia. E bem a verdade, algo já não estava certo, algo não mais encaixava quando o mandei embora, de certa forma já não o queria mais... 

20 de mai. de 2025

vazio

vacuo

ausência

mantra 

bjornm

onde está você?


5 de mai. de 2025

At the Hop

Put me in your suitcase

Let me help you pack

'Cause you're never coming back

No, you're never coming back
Cook me in your breakfast
And put me on your plate
'Cause you know I taste great
Yeah, you know I taste great
At the hop, it's greaseball heaven
With candy pants and Archie too
Put me in your dry dream
Or put me in your wet
If you haven't yet
No, if you haven't yet
Light me with your candle
And watch the flames grow high
No, it doesn't hurt to try
It doesn't hurt to try
Well, I won't stop all of my pretending
That you'll come home
You'll be coming home someday soon
Put me in your blue skies
Or put me in your grey
There's gotta be some way
There's gotta be some way
Put me in your tongue tie
Make it hard to say
That you ain't gonna stay
That you ain't gonna stay
Wrap me in your marrow
Stuff me in your bones
Sing a mending moan
A song to bring you home


e finalmente eu descobri o que ainda gosto em ti. o que ainda me conecta com o teu abraço agora mais sutil e mais distante, talvez menos encaixado: o que sobrou de amor e paixão por ti é a tua imagem idealizada na minha mente, o meu tudo imaginário, que mora no meu consciente, que eu criei, com forma, carne, osso, mente e desejo. 

saiba que você não é o único a sofrer. me dói te ver partir, me dói te ver doer. mas se isso for a cura para uma nova vida, eu aceito e agradeço. fico feliz que esteja tentando, eu também estou tentando, da minha maneira, seguir e fazer as coisas ficarem certas.

se passarmos por isso, estaremos mais forte e mais inteiros, menos hipócritas e mais maduros. saiba que te amo do meu maior infinito amor, aquele que fica em um lugar desconhecido, te amo na alma, e queria muito que fosse você o meu cavaleiro branco.

segue teu caminho, segue tua estrada que precisa ser encontrada por você. estarei logo ali, na próxima esquina, esperando você chegar.






25 de abr. de 2025

bem na verdade, a morte e o luto de quem ainda fica, assim como o nascimento, são atos que, mesmo acompanhados, vividos sozinhos. cada um sabe o seu sentimento, suas emoções e seus medos, mesmo que ditos, são incompartilháveis, são um pequeno grande rio que transcende e transborda, cada um sabe da sua margem e não sabe para onde ele vai levar. aprecie a jornada, essa é a única certeza.

25 de mar. de 2025

Isfa Moreaux, prazer

De onde ela veio, eu não sei dizer, mas simplesmente se agigantou no meu âmago e explodiu para fora, de repente não cabia mais dentro do meu corpo, corpo que estava cheio e gordo. Isfa Moreaux tem nome dado por AI, tem alma de anciã, corpo de uma mãe de 2 filhas, uma mulher de 42 anos, que ama e é livre como aquela guria de anos atrás que escrevia por aqui. Para a minha felicidade e registro, consto aqui que ela nasceu muito bem parida, assistida por um homem, meio garoto, meio filho único, órfão, que também é pai e que já se perdeu muito por ai, e tenta de todas as formas se encontrar, as vezes nele mesmo, mas muito nos que ele ama e serve. Obrigada por ter me parido Bruno Medeiros, agradeço por ter me suprido, me carregado e não ter desistido de mim. Se a Isfa nasceu, grande parte dela veio do teu esperma, da tua dedicação, da tua serventia, do teu companheirismo, única pessoa no mundo que não teve medo de encarar esse ser tão vasto, peculiar, voraz, delirante, demoníaco e apaixonante que sou eu.


O dia que ela nasceu foi 19.03.2025 (quando fez 10 meses que meu pai faleceu)





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