12 de jun. de 2011

como é por exemplo, que dá pra entender, a gente mal nasce e começa a morrer

Um comentário:

  1. escarcéunario



    "...o último tremor de morte
    da línguagridoce
    o silêncio do céu cintila
    uma corrente de metal
    lâminávida línguáspera viva
    uivândalosonhos
    tecidos no silêncio ocioso
    diantespelho da noitespessa
    o sanguestendido
    um arco-íri(s)desce do escarcéunário
    imenso ensimesmado riodiário
    entre o denso frio
    de almas entristecidas
    de gemidos quebrados
    onde lábioseios submersos
    na nódoa amêndoa do mundo
    da medula que acidula
    o ácido de similar seiva o mar

    salivas espumas saboróseas líricas
    este perfil narciso
    dentre postiço desvario
    de vapor parvo
    solstício de verão o inverno
    onde acarí
    cio o orifício dentrifício
    são ossos do ofício
    o negócio do ócio o oco do fósforo
    a desforra da salamandra
    o ar voraz de sandra
    da razão envolver a árvore vertical
    onde vou ver o mar
    o vôo do albatroz
    revolver o mármore suave do martírio
    rever o amor
    abalar a ave
    tingir de vermelho a alma
    o revólver atingir

    a dor ir
    revogável do duro ofício diário
    o orifício do caralho
    expelir a voragem no orvalho
    a cor do carvalho
    a cor da desaceleração
    a coragem coração
    o sabor da amargura
    a levedura o langor
    a armadilha a tortura
    a tártara ruga
    da tartaruga
    a rusga entre a armadura
    e a pedramole tanto embate
    até que fode
    e marche e desfolhe
    e ore e descolore e descobre
    a desoladora e vísceral arma
    a empunhadura do punhal en
    cravando a unha na espinha dorsal
    (f)agulha

    a aurora se mistura ao calibre da ferida
    salferida de salmoura
    a brisa de salamanca
    a brasa da sombra
    da cambraia da samambaia
    a raia do arraial a arraia na praia
    na memória a oratória da história
    da palavra da vida
    pálpebra entris
    tecida deslumbrada e estremecida
    a descida o sentido do absinto
    o labirinto do abismo
    o suicídio o estio o silêncio
    tenro estarrecido
    do cio o sorriso mentido
    por inteiro o silvo
    a sílaba o símbolo o bolo
    o sim do digno o sibilo do sino

    o esplendor estéril do espelho
    o delírio do esteio
    da dor do desvario o rio
    uma rua me invade-me
    ao fundo de frinchas vadias de chumbo
    engendrando corpos
    de finissímo vidro
    incendiado de instantes
    onde de imediato medito
    o dia ferrugem
    a desfigurar o hiato
    o fulgor ferruginoso da queimadura
    uma ingênua figura enfeitiça
    a trágica alma tênue nua
    ao longo de grandes sonhos hostis
    teciam-me aos pedaços
    pesadelos entre dedos amarelos

    entre o sono
    e o som da noite escassa
    a caça: o ventilador em meu rosto
    o vento sirocco
    disposto sem norte
    deixando-me louco
    onde in
    morocco meio maluco
    um mameluco
    num camelo eunuco
    nunca havia visto o saara
    onde a vista mais bela
    eu avisto sara na janela
    desta forma a areia na ampulheta
    saindo pus dentre dentes
    os olhos esbugalhados a punheta
    sonhando com madonna marilynmonroe
    charlize teron and sharon stone
    a palavra pedra rolando não tem
    sentido..."

    ...................................

    *** trecho do poema "escarceunario"

    www.escarceunario.blogspot.com

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