1 de set. de 2011

hoje parei para pensar em você.

2 comentários:

  1. eu sei



    sei os
    dias amarelos
    os elos dos dia(s)
    amantes
    o antes do depois
    o após do pó
    que rola
    da pérola
    do olá

    ah ! o pó a des(a)
    fiar o tempo
    onde sei o tempo
    o talvez nunca
    que sempre foi
    e será

    a alma da serpente
    na palma da mão

    sei os
    lábios em ecos
    sobre dentes
    tão brancos como o branco
    mais branco do céu
    leitoso da boca

    sei a escama
    dessa oca
    verna
    de vermes
    onde a língua acrobata
    drena e densa
    a retesar como grua
    a sua

    sei o tesão
    louco que eu sinto
    amor epilético

    - antes tarde do que eunuco - (1)

    mas jamais
    saberei do já
    da teia dos (s)ais
    do vôo da aranha
    no ar da manhã

    já sei
    o fim do sol
    dessa imensidão
    no crepúsculo surdo
    a arder em versos
    contra o coração
    como um sopro
    de sol
    i
    dão

    sei agora
    o enigma das palavras
    que se curvam a (des)
    construir lampejos
    de relâmpagos
    em algum
    lugar nenhum(a)
    há uma
    passagem

    sei também
    desta paisagem
    que lá fora pela janela
    dá contorno aos dias
    insanos sonâmbulos
    que passei
    em imagem

    sei tudo
    e nada sei do temor
    do amor pretérito
    que arde no peito
    rare
    feito um tambor
    ma(i)s que (im)perfeito
    irrequieto

    é tarde
    e o esboço da noite
    oculta as estrelas – elas que estão lá -
    onde um dia estarei
    cúmplice da luz
    do silêncio

    - ah ! disso eu sei !


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    (1) reescrito do livro " letra de forma " de oswaldo cícero wronski

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    www.escarceunario.blogspot.com

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  2. hoje, segui pra pensar em você.

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